Os incêndios florestais que atingiram a Floresta Nacional de Brasília (Flona) foram extintos nesta quinta-feira (5). De acordo com Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o fogo foi controlado na noite dessa quarta-feira (4), após 48 horas do registro dos primeiros focos do fogo.
A última atualização do ICMBio aponta que desde terça-feira (3), 2.176 hectares (ha) da unidade de conservação federal foram atingidos, o que equivale a 38,58% de toda área federal protegida, localizada na cidade de Taguatinga, no Distrito Federal, a 23 quilômetros (km) do centro de Brasília. A Flona permanece fechada para visitação pública.
Hoje, a operação batizada de Flona Viva, coordenada pelo ICMBio, trabalha no resfriamento de pontos quentes e resgate de espécies da fauna. A força-tarefa conta com um total de 150 pessoas, que neste momento, fazem a vigilância e monitoramento da área do bioma Cerrado para evitar novas queimas. A mobilização tem o apoio de uma aeronave e 35 viaturas.
Por se tratar de uma área federal, a Polícia Federal (PF) é a responsável pelas investigações criminais sobre as causas do incêndio.
Em nota, o ICMBio informou que a Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais da Superintendência da PF no Distrito Federal abriu inquérito policial apurar o que causou o incêndio. Os agentes farão uma perícia no local. “Nesta quinta-feira, a Polícia Federal iniciará a perícia dos locais de início dos incêndios para dar seguimento à investigação”, diz o comunicado.
O Instituto suspeita que o incêndio seja criminoso. “Três pessoas foram vistas no local, provavelmente envolvidas com o início do fogo”, afirmou o ICMBio.
As operações de resgate de fauna na Floresta Nacional de Brasília continuaram, na manhã desta quinta. As equipes mobilizadas fazem a distribuição de alimentos e água para os animais nas áreas afetadas. Entre os itens distribuídos estão frutas e mix de sementes, colocados em pontos estratégicos.
O ICMBio notifica que as operações já resgataram uma jararaca e um rato silvestre. A serpente foi encontrada desnorteada e está sob observação no centro de triagem, localizado na Flona de Brasília. Já o rato silvestre está ferido e foi encaminhado ao Hospital de Fauna Silvestre do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), para receber os cuidados necessários.
As equipes de resgate são integradas por profissionais do ICMBio, do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama/MMA), do Jardim Botânico de Brasília (JBB) e da Fundação Zoológico de Brasília.
Em 2022, foram registrados 2.579 hectares queimados. Os gestores da unidade informaram que, em 2023, foram registrados 260 hectares queimados.
Neste ano, a Flona realizou uma série de atividades preventivas para proteger a área do fogo, como a criação de 160 km de aceiro nos limites da unidade, que são faixas de terreno sem vegetação que funcionam como barreiras contra a propagação do fogo; promoveu queimadas controladas para diminuir a combustão da vegetação; capacitou servidores e editou uma cartilha educativa para distribuir à comunidade vizinha ao Flona; além de realizar blitz educativa.
A população pode avisar à Brigada Florestal sobre a existência de sinais de fogo na unidade. Ela também pode denunciar possíveis incendiários por ligação telefônica ou por WhatsApp no número (62) 99108-8386.
A Floresta Nacional de Brasília tem o território de, aproximadamente, 5,6 mil hectares (ha). A unidade de conservação federal completou 25 anos de fundação, em junho.
O ICMBio afirma que a unidade contribui para preservação das principais nascentes de cursos d’agua que abastecem o DF, como a barragem do rio Descoberto, incluindo o Ribeirão das Pedras, os córregos dos Currais, Capão da Onça e Bucanhão.
Entre as espécies da fauna nacional que podem ser encontradas no local estão a onça-parda, a anta, o tamanduá-bandeira, as lontras e várias famílias de macacos.
O local oferece atrativos ao público como trilhas sinalizadas para caminhadas, percursos para bicicletas e prática de ioga, aos domingos. A Flona conta com cadeiras de rodas adaptadas para trilhas.
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